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quarta-feira, 12 de fevereiro de 2014

Dr. Jipeiro: Aventura na selva em uma Bandeirante

DIÁRIO DE BORDO
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Um dos pontos mágicos em fazer uma viagem a bordo de um 4x4 é o contato muito próximo com a natureza, aqui com os botos
DIVULGAÇÃO
Ele está de volta à nossa página. O médico cearense Raimundo Pinto, conhecido por aqui como Doutor Jipeiro, organiza mais uma expedição pela Amazônia. Localizamos essa reportagem sobre ele, publicada em um jornal de sua região, o Diário do Nordeste, em que o aventureiro fala sobre seu modo apaixonante de encarar a vida, sempre ao comando de um 4x4.
Cleber Barbosa, o editor

A expedição já tem batismo: transamazônica. Para Raimundo Pinto, médico-cirurgião e aventureiro nas horas vagas, o objetivo dessa excursão também tem teor emocional.
"A região amazônica é, sem dúvida,  o lugar que mais me fascina no mundo. Eu acredito que se a gente aprendesse que a natureza é quem irá viabilizar a vida do ser humano na terra, nós todos procuraríamos valorizar a nossa  Amazônia. Dificilmente esgotaremos  o que a gente aprender com as florestas", pondera Raimundo.
Para adentrar mata adentro, de acordo com ele, os carros que possuem um aparato tecnológico a mais estarão de fora. "Infelizmente, eu não poderei ir com veículos que possuem tecnologia de ponta, bastante eletrônicos, devido estes serem  ainda muito vulneráveis  as circunstâncias na qual enfrentaremos. Iremos adentrar ramais feitos  por madeireiros que, infelizmente, não podemos quebrar e se quebrar teremos que concertar e, nessas horas, os computadores pifam com tanta água", declara.
Para ele, os carros que farão parte da empreitada serão duas Toyotas Bandeirantes - uma em forma de protótipo - e uma Hilux 1995 - todas mecânicas, isto é, não automáticas. "A bordo de cada veículo duas pessoas".
A data da partida será no dia 10 de abril. Quanto tempo durará a expedição? Ele avalia que, em média, serão 20 dias, "mas a floresta é como um mar. A gente diz o dia que entra, mas só saímos  da floresta quando ela assim nos permitir", enfatiza Raimundo, que viajará mo mês que coincide da época de chuva. Das cidades que o grupo passará, a primeira vai ser em Belém, capital do Pará, região Norte. Porta de entrada da Floresta Amazônica, Raimundo declara que colocará os carros em uma balsa com destino a Óbidos.  "Partiremos de Óbidos rumo a Oriximiná percurso esse já com alguns obstáculos devido a ser em intenso inverno. De Oriximiná partiremos rumo a Alenquer por trilhas que saberemos no dia se a passagem é viável ou não", aponta.
Segundo seus cálculos, o objetivo é chegar em Santarém.  "De Santarém partiremos para Alter do Chão e depois para uma das mais  fascinante estrada off-road que conheço, a Trans Uruará, sem dúvida, dispensa comentários. Depois de Uruará retornaremos a Belém novamente", conta.
Para ele, fazer uma viagem desse porte tem que estar com um 4x4 bem preparado para evitar más surpresas. "O carro escolhido sempre deve ser o veículo que você confia e entende.  Seja para lama ou muita água é preciso muita prudência na escolha do modelo que você precisará". 
Para ele, nesse caso, conforto é o de menos, já que o importante é ir e voltar. Com relação a tecnologia, nem pensar em coisas que  o condutor desconheça totalmente. Quanto mais simples melhor, aconselha.
Precavido
Raimundo também pondera que para uma expedição como esta, o reparo antes da viagem no carro é fundamental no seu veículo fora-de-estrada já que poderá acontecer surpresas.
"A maior preocupação são com as rodas. Tudo pode quebrar menos as rodas. Sem as rodas é impossível rebocar um outro carro dentro da mata".
Raimundo explica que leva estepes extras e faz alinhamento e cambagem antes de enfrentar terrenos ariscos e desconhecidos. Depois desses cuidados, as prevenções são os comuns a todos os carros como correias, óleos lubrificantes, faróis independentes, entre outros.
Em termos de obstáculos que poderá enfrentar no caminho, na mata, Raimundo enumera que a primeira e a mais temida é a quantidade de água que estão nos rios e é sempre uma incógnito atravessá-los. Isso justamente porque ninguém conhece a sua profundidade exata. Por causa disso, para ele, muita gente fica no meio do caminho. "A segunda é quantidade de lama e o resto é tranquilo", salienta.
Raimundo avalia que sempre é bom levar combustível sobrando juntamente com alimentos seguros por pelo menos para uma semana. "Carnes e enlatados devem ser evitados", acrescenta.
Quando está no Toyota Bandeirantes, o que mais gosta do seu carro é a simplicidade dele e da confiança que tem nele apesar de ser um veterano.
Das  expedições que já fez, a que mais marcou foi cruzar toda a Amazônia, subir os Andes e ir até o Pacífico conhecendo o Peru e suas cidades. "Essa viagem não consigo esquecer nunca. Primeiro porque subir o Andes para quem não é familiarizado com grandes altitudes não é fácil e enfrentar a solidão das estradas também me marcou".
 Segundo ele, os cuidados com a saúde chegam a ser exagerados. "Talvez por ser médico e cirurgião sempre levo uma farmácia e instrumento s cirúrgicos. Eu sou vacinado de quase tudo,   mas a grande jogada foi ter aprendido como os índios fazem os repelentes naturais. Isso foi o maior avanço na área médica", diz.
Para quem quiser ir pela primeira vez, ele aconselha estudar tudo sobre seu carro e seu local de viagem. Para ele, é bom ter dinheiro disponível, já que cartões de crédito não valem na selva. "E nunca esqueça: seja humilde o suficiente para saber que a mãe natureza  não perdoa, ela sempre te devolve o que vc entrega a ela", finaliza.
Jota Pompílio
Repórter