Zezinho conta que o primeiro jipe de guerra foi comprado por acaso. Na época, há 20 anos, ele trabalhava na oficina Luzes Car, no Guarabu, junto com o mecânico Nelson.
– O carro estava na Estrada do Dendê, estacionado em uma calçada com um anúncio de venda, mas não tinha a menor ideia de que era um jipe militar. Um cliente que me alertou sobre isso quando o carro já estava na oficina, só que eu não entendia nada do assunto – explica.
A busca por peças para restaurar o jipe não foi fácil e de tanto pesquisar, Zezinho começou a ficar conhecido. “Meu objetivo passou a ser deixar o carro com o aspecto original. Conheci muitos colecionadores, mas poucos mecânicos que faziam este trabalho. Depois, muitas pessoas começaram a procurar meus serviços na Ilha”, conta.
A oficina Luzes Car se tornou uma referência na reforma de jipes, mas o espaço era pequeno para fazer os reparos também em veículos comuns. “Chegamos a ter dez jipes dentro da oficina. Em 2005 eu abri a oficina que fica na Rua Guajeru, 118”, diz Zezinho que trabalha com uma equipe de quatro ajudantes.
– A restauração leva no mínimo um ano. Começamos pela parte elétrica, depois passamos para a mecânica e no final concluímos com a pintura e reforma dos acessórios que o veículo precisa ter. Atualmente estou reformando quatro jipes. Dois vieram de São Paulo e um de Belo Horizonte. Já recebi um jipe da França e o dono veio acompanhado de um intérprete para poder conversar comigo – revela.
Todo terceiro domingo do mês, ele participa do encontro do Clube de Veículos Militares Antigos do Rio de Janeiro (CVMARJ) na quinta da Boa Vista. Dono de sete jipes, Zezinho costuma passear com eles pela Ilha e o preferido é o modelo MUTT– M151– de 1968, usado na Revolta de São Domingos da Revolução Haitiana (foto). Foram 15 anos de restauração. “Tenho o projeto de reunir meus jipes e todo o meu acervo de material de guerra para inaugurar um Museu de jipes militares aqui na Ilha, assim todos poderão conhecer de perto este trabalho”, anuncia.
Nenhum comentário:
Postar um comentário