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Jipeiros fazem pose na praça em frente à Prefeitura de Serra do Navio antes de iniciar a trilha |
Como sempre acontece por onde quer que andem, os pilotos do Jeep Clube de Macapá ganharam uma recepção digna dos grandes campeões em Serra do Navio, cidade a 193 quilômetros de Macapá e a 300 metros acima do nível do mar. Mas o diferencial foi que a passagem dos jipeiros e seus familiares acabou por deixar para o lugar mais uma atração turística, o Mirante dos Jipeiros, como foi batizado um observatório no platô da montanha A-3, uma antiga mina de extração de minério de manganês pela Icomi, a empresa que construiu a vila ainda na década de 50.
Os jipeiros foram em grande número para a viagem, com 16 veículos percorrendo os inúmeros atrativos turísticos da região, como a área industrial, a Lagoa Azul, a Torre (onde ainda existe um heliponto), além de balneários e cachoeiras. "Ficamos muito felizes por receber os jipeiros, afinal são verdadeiros embaixadores do turismo no Amapá, então que possam contar por onde andam as belezas do nosso município e voltem sempre", disse Francimar Silva (PT), prefeita da Serra.
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O último grupo a chegar a Serra do Navio foi este, na manhã de domingo, depois de panes na estrada |
A chegada dos jipeiros ocorreu em três grupos, pois durante a jornada até a chamada Cidade Alta tivemos "baixas" na frota, com alguns veículos quebrando no caminho. "Mas jipeiro que sai unido chega unido", ensina o presidente do Jeep Clube, o empresário João Cruz. Para se ter uma idéia da solidariedade jipeira, um dos jipes do grupo teve o eixo diferencial traseiro quebrado, sendo substituído horas depois por outro, transportado de Macapá até Porto Grande, onde seu dono, Fernando X do Sul pregou.
Já o piloto Rodrigo Catarinense teve o semi-eixo da Jabirada (F-75) danificado na viagem. Uma nova peça foi "fabricada" numa oficina da região de Pedra Branca e depois de substituída levou a picape com cara de mau para Serra, onde teve uma entrada triunfante na cidade. "Ela está louca para pegar a trilha", disse o dono da relíquia sobre rodas.
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A movimentação jipeira motivou o mineiro aposentado Claudio Barbosa a voltar à velha mina A-3 |
Reconhecimento - Um dos coordenadores da expedição era o piloto e jornalista Cleber Barbosa, que é natural de Serra do Navio. Foi com a ajuda de seu pai - mineiro aposentado pela Icomi - que foi possível escolher o local para a inauguração do Mirante. Antonio Claudio Barbosa, 67, trabalhou por mais de 30 anos na mineração de manganês e conhece muito bem o lugar. "Também devemos agradecer à Prefeitura local, que cedeu uma máquina para a gente poder abrir caminho até o alto da montanha, que não era visitado há mais de quinze anos", recorda Cleber.
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Dá uma olhada como estava o antigo acesso da mina A-3 que deu trabalho ao operador da retroescavadeira |
Os funcionários da prefeitura que atuaram no trabalho também são ex-funcionários da mineradora Icomi, conhecidos como Sabá Beira-Rio e Pato Rouco, encarregado e operador de restroescavadeira, respectivamente.
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A caravana jipeira visitou o estádio de futebol que deu muito orgulho aos serranos |
A expedição percorreu ruas da cidade e também o antigo Estádio do Manganês Esporte Clube, cujo gramado ainda é considerado um dos melhores do Amapá. De lá o grupo visitou outros pontos da antiga mina até chegar ao Mirante dos Jipeiros, inaugurado com muita simplicidade, mas muito simbolismo. "Essa foi a inauguração mais original que eu já participei", disse o piloto José Maria Estaves, o Zé da Avicap. Durante a cerimônia a prefeita Francimar destacou que a iniciativa jipeira deixaria uma grande contribuição também para a defesa cicil do município, afinal é comum a ocorrência de incêndios florestais e a trilha jipeira deu novas possibilidades de acesso.
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O zequinha e motoqueiro Pombo na placa que evidencia o ambiente da cidade visitada |
O fato é que foi um final de semana inesquecível para a família jipeira, afinal ver esposas e crianças se deliciando nos banhos de água gelada e tirando fotos deslumbrantes em paisagens belíssimas não tem preço. Uma nova ida a Serra do Navio foi anunciada para muito breve, afinal ficou um gostinho de quero mais, pois não deu tempo de visitar muita coisa, como encarar a trilha que liga os rios Amapari e Araguari. Que seja logo!
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O comboio jipeiro dá a largada para a expedição pelas minas de Serra do Navio |
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