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sexta-feira, 16 de novembro de 2012

Chevrolet Trailblazer carrega GM maior e mais forte sem justificar os quase R$ 180 mil


Eugênio Augusto Brito
Do UOL, em São Paulo (SP)
Divulgação
  • Fãs da Chevrolet pediam carro forte e grande, dizem executivos. Mas e o resto do público?
    Fãs da Chevrolet pediam carro forte e grande, dizem executivos. Mas e o resto do público?
  • Quando lançou a nova geração da S10, há exatos nove meses (relembre aqui), a GM do Brasil avisou que seu novo utilitário seria baseado na renovada alma da picape média -- como Blazer e velha S10 sempre fizeram --, mas não seguiria seu estilo, ainda que este varie do batente pesado (a pouco mais de R$ 50 mil) ao desfile de agroboys (mais de R$ 130 mil na cabine dupla 4x4 completa). Tudo fez sentido com a apresentação do Trailblazer, há duas noites (aqui), com uma única configuração (a LTZ, topo da gama de qualquer Chevrolet), sempre com sete lugares na cabine, câmbio automático de seis marchas e variação de preços baseada no motor sob o alto capô. Veja:
- Chevrolet Trailblazer LTZ 3.6 V6 a gasolina: R$ 145.450
- Chevrolet Traiblazer LTZ 2.8 turbodiesel: R$ 174.450
UOL Carros pôde experimentar o novo utilitário em sua configuração turbodiesel na última quarta-feira (14), durante um trajeto de 230 quilômetros entre a travada cidade de São Paulo e a região rural de Mairinque. No caminho, o trânsito infindável da Marginal Pinheiros e da tumultuada e quase insalubre Rodovia Castello Branco em véspera de feriado, além de uma trilha off-road com intensidade variando de leve (onde você transitaria com seu Golzinho sem medo) a média (onde é legal, mas não fundamental, ter um equipamento mais apropriado ao terreno).
O Trailblazer a diesel será responsável, acreditam os executivos da GM, por até 80% das vendas do SUV. E, algo surpreendente dentro do universo tradicional de lançamentos, mas totalmente esperado neste caso, praças como as do Centro-Oeste, Norte e Nordeste do país serão alvos prioritários para a marca. A Chevrolet diz ainda que o Trailblazer é como é -- gigante (mais de duas toneladas), com motores grandes e bem equipado (veja aqui a lista de itens, sem opcionais) -- porque seu consumidor tradicional (e fã ardoroso) pediu assim. Gostamos de quase tudo o que vimos dentro e fora do Trailblazer. Mas ficou a sensação de que o modelo não justifica de forma alguma a montanha de dinheiro pedida.

Álbum mostra os detalhes do Trailblazer LTZ

Foto 1 de 27 - Chevrolet Trailblazer, SUV baseado na picape média S10, estreia para encarar Toyota Hilux SW4 Fábio Gonzales/Divulgação

VALE TUDO
Não se trata aqui de dizer que a Chevrolet está inflacionando este ou aquele preço, nada disso. O Trailblazer chega totalmente alinhado à realidade do mercado brasileiro, tanto na tabela de preços, quanto no arsenal que carrega para enfrentar seus concorrentes. E talvez aí esteja o xis desta questão.
Duas cenas, logo no início do teste, foram emblemáticas, ainda que não tenham sido captadas. A primeira ocorreu logo à chegada para o local de largada, na portaria de um hotel na Zona Sul da capital, quando o taxista que nos deixou no local comentou que o SUV "ficou realmente grande, parecido demais com a Hilux. Até lembra isso que a GM tá fazendo, tem uma carinha de Spin, mas no fundo é mesmo o da Toyota". Nada precisa ser acrescentado à analise. Assim, cortamos para a cena seguinte, já na rodovia, quando nosso Trailblazer na cor cinza Ciclone Gray (especial de lançamento) foi ultrapassado por um comboio com diversas unidades da Blazer da Polícia Militar; todos iam em alta velocidade, mas reduziram a marcha por alguns poucos segundos, tempo no qual os policiais observaram dianteira, lateral (sobretudo as rodas aro 18, enormes) e as lanternas afiladas e com LEDs. Tudo acabou bem rápido e os policiais seguiram seu trajeto a toda, sem esboçar qualquer reação -- teriam achado que o carro é uma evolução da viatura deles, uma cópia da Hilux SW4 que a corporação também usa ou simplesmente não viram qualquer relação?
O fato é que quem optar pelo modelo da Toyota, rival máximo do Trailblazer, também corre o risco de pagar no mínimo R$ 150 mil para ter um utilitário derivado da estrutura de uma picape de carga, com carroceria montada sobre chassis. Ainda que ofereça mimos como sistema de som integrado a telefones Bluetooth, iPods e afins, revestimento de couro, retrovisores elétricos (externos) e eletrocrômicos (interno) e sensor de estacionamento, eixo traseiro com suspensão five-link ou itens de segurança como controle de tração e freios com ABS e EBD com variação precisa (e selecionável) para o off-road pesado, além de airbags frontais e laterais que cobrem todos os ocupantes (estes todos são itens presentes no Trailblazer), fica a certeza de que jamais serão tão precisos ou confortáveis como um SUV ou crossover contemporâneo, montado sobre estrutura monobloco.  

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